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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017
Livre-arbítrio
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Têm as pessoas o poder de escolher entre alternativas genuínas?
Livre-arbítrio ou livre-alvedrio são expressões que denotam a vontade livre de escolha, as decisões livres.
O livre arbítrio, que quer dizer, o juízo livre, é a capacidade de escolha pela vontade humana. O livre arbítrio é uma crença religiosa ou uma proposta filosófica que defende que a pessoa tem o poder de decidir as suas ações e pensamentos segundo o seu próprio desejo e crença.
A pessoa que faz uma livre escolha pode se basear numa análise relacionada ao meio ou não, e a escolha que é feita pelo agente pode resultar em ações para beneficiá-lo ou não. As ações resultantes das suas decisões são subordinadas somente a vontade consciente do agente.[1]
A expressão, livre-arbítrio, costuma ter conotações objetivistas e subjetivistas ou paradoxais. No primeiro caso as conotações indicam que a realização de uma ação (física ou mental) por um agente consciente não é completamente condicionada por fatores antecedentes. No segundo caso elas indicam o ponto de vista da percepção que o agente tem de que a ação originou-se na sua vontade. Tal percepção é chamada algumas vezes de "experiência da liberdade".[2] [3]
A existência do livre-arbítrio tem sido uma questão central na história da filosofia e religião, e mais recentemente na história da ciência. O conceito de livre-arbítrio tem implicações religiosas[nota 1], morais[nota 2], psicológicas[nota 3], filosóficas e científicas.
Índice [esconder]
1Visões filosóficas
2Determinismo versus Incompatibilismo
3Teorias compatibilistas e o princípio das possibilidades alternativas
4Responsabilidade moral
5Visão da ciência
6Neurologia e psiquiatria
7Determinismo e comportamento emergente
8Filosofia oriental
8.1Filosofia hindu
8.2Filosofia budista
9Visão teológica
9.1Cristão
9.1.1Calvinismo
9.1.2Catolicismo
9.1.3Metodismo
9.1.4Mormonismo
9.1.5Igreja Ortodoxa
9.2Espiritismo
10Ver também
11Notas
12Referências
13Ligações externas
Visões filosóficas[editar | editar código-fonte]
Há várias visões sobre a existência da "liberdade metafísica", isto é, se as pessoas têm o poder de escolher entre alternativas genuínas.
O movimento da corrente é completamente determinado por leis da física. Como, se as nossas escolhas são iguais aos elos da corrente, podemos ainda ter livre-arbítrio?
Determinismo mecanicista e o determinismo teleológico são doutrinas que afirmam serem todos os acontecimentos, inclusive vontades e escolhas humanas, causados de forma necessária e suficiente por acontecimentos anteriores, ou seja, o homem é destituído de liberdade de decidir e de influir nos fenômenos em que toma parte. O determinismo mecanicista e o determinismo teleológico rejeitam a ideia que os homens têm algum livre-arbítrio, admitindo uma noção de liberdade como ausência de determinação causal[4][5].
Em oposição a esses dois tipos de determinismo encontramos o libertarianismo[nota 4], posição que concorda em parte com o determinismo, pois concebe que os fatos e acontecimentos causais ocorrem de forma necessária, mas não suficiente, guardando assim, algum lugar para a liberdade. Entre os libertáris encontramos Thomas Reid, Peter van Inwagen e Robert Kane.
O Indeterminismo é uma forma de libertarianismo que defende a visão que as pessoas têm livre-arbítrio, e que ações apoiadas no livre-arbítrio são efeitos sem causas. Mas há os que creem que ao invés da volição ser um efeito sem causa, defendem que o livre arbítrio e a ação do agente sempre produz o evento. Esse último conceito é mais usado em economia. [6]
Compatibilismo[nota 5] é a visão que o livre-arbítrio emerge mesmo em um universo sem incerteza metafísica. Entre os compatibilistas encontramos Thomas Hobbes e David Hume. O compatibilismo nada mais é que uma versão soft do determinismo, pois aceita a hipótese de que eventos (mentais e físicos) são causados de modo necessário e suficiente. No entanto, a noção de liberdade adotada é de ausência de restrições ou coações e não de determinação causal. Compatibilistas podem definir o livre-arbítrio como emergindo de uma causa interior, por exemplo os pensamentos, as crenças e os desejos. Seria resumidamente o livre-arbítrio que respeita as ações, ou pressões, internas e externas.
Incompatibilismo é a visão que não há maneira de reconciliar a crença em um universo determinístico com um livre-arbítrio verdadeiro.
Determinismo versus Incompatibilismo[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Determinismo
O determinismo defende que cada estado de coisas é inteiramente necessitado e por conseguinte explicado por relações de causalidade. O indeterminismo defende que essa posição é incorreta, isto é, há eventos os quais não são inteiramente causados. O determinismo filosófico algumas vezes é ilustrado pelo experimento mental do demônio de Laplace, o qual conhece todos os fatos sobre o passado e o presente e todas as leis naturais que governam o mundo, e usa esse conhecimento para prever o futuro até o menor detalhe. Todavia, a posição de Laplace já não representa o ponto de vista científico e filosófico atual sobre o assunto (co-determinismo). [7]
Escolha livremente:
Creme ou chocolate?
O incompatibilismo defende que o determinismo não pode ser reconciliado com o livre-arbítrio. Geralmente os incompatibilistas/libertinos alegam que uma pessoa age livremente apenas se são a única causa originadora da ação. Estes admitem a antecedência de causas que precedem as ações, mas diferente dos deterministas eles dirão que estas causas, apesar de necessárias não são suficientes, guardando lugar assim, para a ideia de que o agente, em última instância, é o causador da ação, (aquele que causa sem causar), e genuinamente poderia ter feito outra coisa.
Há uma visão intermediária, na qual o passado condiciona, mas não determina, as ações. As escolhas individuais são um resultado entre vários resultados possíveis, cada um dos quais é influenciado mas não determinado pelo passado. Mesmo se o agente exerce a vontade livremente, na escolha entre opções disponíveis, ele não é a única causa originadora da ação, pois ninguém pode desempenhar ações impossíveis, tipo voar batendo os braços. Aplicada aos estados interiores, essa visão sugere que se pode escolher opções nas quais se pensa, mas não se pode escolher uma opção da qual não se tem ideia. Nessa visão escolhas presentes podem abrir, determinar ou limitar escolhas futuras.
Spinoza compara a crença humana no livre-arbítrio a uma pedra pensando que escolhe o caminho que percorre enquanto cruza o ar até o local onde cai. Ele diz: "as decisões da mente são apenas desejos, os quais variam de acordo com várias disposições"; "não há na mente vontade livre ou absoluta, mas a mente é determinada a querer isto ou aquilo por uma causa que é determinada por sua vez por outra causa, e essa por outra e assim ao infinito"; "os homens se consideram livres porque estão cônscios das suas volições e desejos, mas são ignorantes das causas pelas quais são conduzidos a querer e desejar" (respectivamente Spinoza, Ética, livro 3, escólio da proposição 2; livro 2, proposição 48; apêndice do livro 1).
Schopenhauer, concorrendo com Spinoza, escreve: "cada um acredita de si mesmo a priori que é perfeitamente livre, mesmo em suas ações individuais, e pensa que a cada momento pode começar outra maneira de viver [...]. Mas a posteriori, através da experiência, ele descobre, para seu espanto, que não é livre, mas sujeito à necessidade, que apesar de todas as suas resoluções e reflexões ele não muda sua conduta, e que do início ao fim da sua vida ele deve conduzir o mesmo caráter o qual ele mesmo condena."
Há filósofos que consideram a expressão "livre-arbítrio" absurda. Hobbes diz que se esse é um poder definido pela vontade, então não é livre, nem não-livre. É um erro categorial atribuir liberdade à vontade. Locke defende a mesma posição:Se a vontade do homem é livre ou não? A questão ela mesma é imprópria; e é tão insignificante perguntar se a vontade do homem é livre quanto perguntar se seu sono é veloz, ou sua virtude quadrada: a liberdade sendo tão pouco aplicável à vontade, quanto a velocidade do movimento ao seu sono, ou a quadratura à virtude. Todo o mundo deve rir da absurdidade de uma questão tão peculiar quanto essa: porque é óbvio que as modificações do movimento não pertencem ao sono, nem a diferença de figura à virtude; e quando se considera isso bem, penso que se percebe que a liberdade, a qual é apenas um poder, pertence apenas aos agentes, e não pode ser um atributo ou modificação da vontade, a qual também é apenas um poder. (Ensaio acerca do Entendimento Humano, livro 2, capítulo 21, parágrafo 14)
Também se pergunta se um ato causado pode ser livre ou se algum ato não-causado pode ser desejado, tornando o livre-arbítrio um oxímoro.[8] [9] Alguns compatibilistas argumentam que essa alegada falta de fundamentação para o conceito de livre-arbítrio é ao menos parcialmente responsável pela percepção de uma contradição entre determinismo e liberdade. Além disso, de um ponto de vista compatibilista o uso de "livre-arbítrio" em sentido incompatibilista pode ser visto como uso da linguagem exageradamente carregado de conotações emocionais.
Teorias compatibilistas e o princípio das possibilidades alternativas[editar | editar código-fonte]
Isaiah Berlin diz que para uma escolha ser livre o agente deve ter sido capaz de agir de outra maneira. Esse princípio, chamado por Peter van Inwagen de Princípio das possibilidades alternativas, é considerado pelos seus defensores como uma condição necessária para a liberdade. Nessa visão os atos realizados sob a influência de uma coerção irresistível não são livres, e o agente não é moralmente responsável por eles.
John Locke negou que a expressão "livre-arbítrio" faça sentido. Todavia, ele também defendeu que o determinismo é irrelevante. Ele defendeu que o aspecto definidor do comportamento voluntário é que os indivíduos têm a capacidade de postergar uma decisão por tempo suficiente para refletir e deliberar sobre as consequências de uma escolha.
Todavia, alguns compatibilistas, por exemplo Harry Frankfurt ou Daniel Dennett, alegam que há casos difíceis nos quais o agente não poderia ter agido de outro modo, mas a escolha do agente ainda era livre, porque a coerção irresistível coincidiu com as intenções e desejos pessoais do agente. Em Elbow Room e Freedom Evolves, Dennett apresenta um argumento para uma teoria compatibilista do livre-arbítrio. O raciocínio básico é que se os indivíduos não consideram Deus, ou um demônio infinitamente poderoso, ou viagem no tempo, então através do caos e da pseudo-aleatoriedade ou aleatoriedade quântica, o futuro não está definido para os seres finitos. Os únicos conceitos bem definidos são as expectativas. Assim, a capacidade de agir de outro modo só faz sentido quando lidamos com expectativas, e não com algum futuro desconhecido e incognoscível. Visto que os indivíduos certamente têm a capacidade de agir diferentemente do que se espera, o livre-arbítrio existe. Os incompatibilistas alegam que o problema com essa ideia é que a hereditariedade e o ambiente configuram uma coerção irresistível, e todas as nossas ações são controladas por forças exteriores a nós mesmos, ou pelo mero acaso.
Responsabilidade moral[editar | editar código-fonte]
Normalmente a sociedade considera as pessoas responsáveis pelas suas ações. Normalmente as pessoas são elogiadas ou reprovadas pelas suas ações. Contudo, muitos acreditam que a responsabilidade moral requer livre-arbítrio, isto é, a capacidade de agir de outro modo. Assim, outra questão importante é se os indivíduos sempre são moralmente responsáveis, e, se sim, tendem a pensar que o determinismo não combina com a responsabilidade moral. Afinal de contas, parece impossível que se possa considerar alguém responsável por uma ação que poderia ser prevista desde o início dos tempos. Deterministas duros dizem: "Tanto pior para a responsabilidade moral!", e descartam o conceito. Conversamente, libertaristas dizem: "Tanto pior para o determinismo!" A questão está no centro do debate entre deterministas duros e compatibilistas. Deterministas duros são forçados a aceitar que os indivíduos frequentemente têm "livre-arbítrio" no sentido compatibilista, mas eles negam que esse sentido fundamente a responsabilidade moral. Eles alegam que o fato das escolhas de um agente não serem coagidas não muda o fato que o determinismo priva o agente de responsabilidade.
A sociedade não pode considerar alguém responsável a não ser que suas ações sejam determinadas por alguma coisa.
Os compatibilistas frequentemente argumentam que, ao contrário, o determinismo é um pré-requisito da responsabilidade moral. A sociedade não pode considerar alguém responsável a não ser que suas ações sejam determinadas por alguma coisa. Esse argumento é apresentado por Hume e foi usado pelo anarquista William Godwin. Afinal de contas, se o indeterminismo é verdadeiro, então aqueles eventos que não são determinados são aleatórios. Questiona-se se é possível que se elogie ou reprove alguém por desempenhar uma ação que meramente pipocou no seu sistema nervoso. Ao invés disso, os compatibilistas argumentam, é preciso mostrar como a ação deriva dos desejos e preferências da pessoa, do caráter da pessoa, antes de começar a considerar a pessoa responsável. Às vezes os libertistas dizem que ações indeterminadas não são totalmente aleatórias, e que elas resultam de uma vontade substantiva cujas decisões são indeterminadas. Esse argumento é amplamente considerado insatisfatório, pois apenas empurra o problema um passo adiante, além de envolver certa metafísica misteriosa e a noção que no nada nada vem (ex nihilo nihil fit).
Paulo de Tarso, na "Epístola aos Romanos" 9:21, põe a questão da responsabilidade moral da seguinte maneira: "Porventura não é o oleiro senhor do barro para poder fazer da mesma massa um vaso para uso honroso e outro para uso vil?" Nessa visão os indivíduos podem ser desonrados pelos seus atos mesmo embora esses atos sejam, no final das contas, completamente determinados por Deus
Uma visão similar defende que a culpabilidade moral do indivíduo repousa no seu caráter. Isto é, uma pessoa que tem o caráter de um assassino não tem outra escolha senão assassinar, mas ainda assim pode ser punida porque é certo punir aqueles que tem um mau caráter.
Algumas interpretações da responsabilidade moral também assumem que uma pessoa é um ser do nascimento à morte, apesar de mudanças físicas e mentais. Assim um idoso pode ser punido por um crime cometido muitos anos antes.
Visão da ciência[editar | editar código-fonte]
Ao longo da história da ciência foram feitas várias tentativas de responder à questão do livre-arbítrio através de princípios científicos. O pensamento científico frequentemente figurou o universo de maneira determinista, e alguns pensadores acreditaram que para predizer o futuro é preciso simplesmente ter informação suficiente sobre o passado e o presente. Essa visão encoraja as pessoas a verem o livre-arbítrio como uma ilusão.
A ciência atual é uma mistura de teorias deterministas e estocásticas. A mecânica quântica prevê observações apenas em termos de probabilidades. Isso põe em dúvida se o universo é determinado ou não. Alguns cientistas deterministas, como Albert Einstein, acreditam na teoria da variável oculta, isto é, que no fundo das probabilidades quânticas há variáveis postas. O teorema de Bell põe essa crença em dúvida, e sugere que talvez Deus esteja jogando dados, o que poria em dúvida as previsões do demônio de Laplace. Ou talvez Deus não jogue dados, mas apenas siga sua vontade, sendo a mesma não determinada por nada, nem mesmo por um objeto formal como o bem ou a verdade, tal como na teoria das verdades eternas de Descartes.
Robert Kane é o principal filósofo a capitalizar o sucesso da mecânica quântica e da teoria do caos na defesa do incompatibilismo, principalmente em The Significance of Free Will (A Importância do Livre-Arbítrio).
Os biólogos, como os físicos, frequentemente trataram da questão do livre-arbítrio. "Natureza versus nutrição" é um dos debates mais calorosos. O debate questiona a importância da genética e da biologia no comportamento humano quando comparados com a cultura e o ambiente. Os estudos genéticos identificaram vários fatores genéticos específicos que afetam a personalidade do indivíduo, de casos óbvios com a síndrome de Down a efeitos mais sutis como a predisposição estatística à esquizofrenia. Todavia, não é certo que a determinação ambiental é menos ameaçadora para o livre-arbítrio do que a determinação genética. A última análise do genoma humano mostra que temos apenas uns 20.000 genes. Tais genes, e o material genético intron reconsiderado, junto com o redescrito MiRNA, permite um nível de complexidade molecular análogo à complexidade do comportamento humano. Desmond Morris e outros antropólogos evolucionários estudaram a relação entre comportamento e seleção natural em humanos e outros primatas. A investigação mostra que a genética humana pode ser insuficiente para explicar tendências comportamentais, e que fatores ambientais evolucionariamente vantajosos, como o comportamento dos pais e os padrões culturais, modulam tais fatores genéticos. Nenhum desses fatores (complexidade genética e comportamento cultural vantajoso) requer o livre-arbítrio para explicar o comportamento humano.
A atividade inconsciente levando à decisão consciente começa antes da pessoa conscientemente decidir?
Também se tornou possível estudar o cérebro vivo e agora os pesquisadores podem assistir à operação do "maquinário" de tomada de decisão. Benjamin Libet conduziu um experimento seminal nos 1980s, no qual ele pediu a pessoas que escolhessem um momento ao acaso para dar um piparote no seu pulso, enquanto ele assistia a atividade associada nos seus cérebros. Libet descobriu que a atividade inconsciente levando à decisão consciente de dar um piparote no próprio pulso começava aproximadamente meio segundo antes da pessoa conscientemente decidir mover-se. Esse desenvolvimento de carga elétrica veio a ser chamado de potencial de prontidão(readiness potential). As descobertas de Libet sugerem que as decisões tomadas por uma pessoa são de fato primeiro construídas em um nível subconsciente e apenas posteriormente traduzidas em uma "decisão consciente", e que a crença da pessoa que ela ocorreu ao comando da sua vontade deve-se apenas à sua perspectiva retrospectiva sobre o evento. Todavia, Libet ainda encontra espaço no seu modelo para o livre-arbítrio, na noção de poder de veto: de acordo com seu modelo, impulsos inconscientes para realizar um ato volicional estão abertos à supressão pelos esforços conscientes da pessoa. Deve-se notar que isso não significa que Libet acredita que ações impelidas inconscientemente requerem a ratificação da consciência, mas antes que a consciência retém o poder de negar a atualização de impulsos inconscientes.
Um experimento relacionado realizado posteriormente por Alvaro Pascual-Leone envolveu pedir a pessoas que escolhessem ao acaso qual mão mover. Ele descobriu que estimulando diferentes hemisférios do cérebro usando campos magnéticos é possível influenciar fortemente a mão que a pessoa escolhe. Normalmente destros escolhem mover a mão direita 60% das vezes, por exemplo, mas quando o hemisfério direito é estimulado eles escolhem sua mão esquerda 80% das vezes. O hemisfério direito do cérebro é responsável pelo lado esquerdo do corpo, e o hemisfério esquerdo pelo direito. Apesar da influência externa sobre sua tomada de decisão, as pessoas continuam a relatar que acreditam que sua escolha da mão foi feita livremente.
Searle considera que a maior parte dos neurobiólogos defendem a hipótese a qual o livre arbítrio é algo que experienciamos, mas que efetivamente é uma ilusão. Deste modo, a nossa experiência da liberdade não desempenha nenhum papel explicativo ou causal no nosso comportamento.
Para John Searle podemos tratar o problema do "Livre arbítrio" como, pelo menos em parte, um problema neurobiológico mediante a prossecução da seguinte pergunta: "Como o nosso cérebro precisa trabalhar em ordem para que nós tenhamos livre arbítrio, e que substituições por "x" e "y" na seguinte declaração, S, tornaria S verdade?" (S) Se meu cérebro está funcionando na forma x em um momento em que eu faço a ação A e y for verdade, então eu livremente fiz a ação A (ou exercitei o livre arbítrio em fazer A).
Searle aceita relutantemente que a hipótese neurológica determinista é mais mais adequada à nossa visão global da biologia e mais provável, dado ser mais simples (simplex sigillum veri).
Neurologia e psiquiatria[editar | editar código-fonte]
Há várias desordens relacionadas ao cérebro que podem ser chamadas de desordens do livre-arbítrio. Na desordem obsessiva-compulsiva um paciente pode sentir uma necessidade irresistível de fazer algo contra a própria vontade. Exemplos incluem lavar as mãos várias vezes ao dia, reconhecendo o desejo de lavar as mãos como o próprio desejo embora pareça ser contra a própria vontade. Na síndrome de Tourette e síndromes relacionadas o paciente faz movimentos involuntários, por exemplo tiques e proferimentos. Na síndrome da mão estranha (alien hand syndrome) o membro do paciente faz movimentos significativos sem que ele tenha a intenção.
Determinismo e comportamento emergente[editar | editar código-fonte]
Em emergentismo, na ciência cognitiva e psicologia evolucionária, livre-arbítrio é a geração de quase-infinitos possíveis comportamentos da interação de conjunto finito e determinado de regras e parâmetros. Assim, a imprevisibilidade do comportamento emergente a partir de processos determinados conduz a uma percepção de livre-arbítrio, embora o livre não exista.
Por exemplo, xadrez é um jogo rigorosamente determinado nas regras e parâmetros. Ainda assim, com suas estritas e simples regras, o xadrez gera grande variedade e comportamento imprevisível. Por analogia, emergentistas ou gerativistas (generativism) sugerem que a experiência do livre-arbítrio emerge da interação de regras finitas e parâmetros determinados que geram comportamentos infinitos e imprevisíveis. Nessa visão, tal como na visão de Spinoza, o comportamento social pode ser modelado como um processo emergente, e a percepção do livre-arbítrio é cortesia da ignorância.[10][11]
Filosofia oriental[editar | editar código-fonte]
Filosofia hindu[editar | editar código-fonte]
Swami Vivekananda resume: "a mente é parte integrante da natureza, a qual está vinculada à lei de causalidade. Porque a mente está vinculada a uma lei, ela não pode ser livre. A lei de causalidade como aplicada à mente é chamada karma."
Filosofia budista[editar | editar código-fonte]
Thanissaro Bhikkhu ensina: "os ensinamentos de Buda sobre o karma são interessantes por causa da sua combinação de causalidade-efeito e livre-arbítrio. Se as coisas fossem totalmente causadas não haveria meio de se desenvolver uma habilidade -- suas ações seriam totalmente determinadas. Caso não houvesse causalidade alguma as habilidades seriam inúteis, pois as coisas estariam mudando constantemente sem qualquer tipo de rima ou razão entre elas. Mas é porque há um elemento de causalidade e porque há um elemento de livre-arbítrio que você pode desenvolver habilidades na vida. Você se pergunta: o que está envolvido no desenvolvimento de uma habilidade? -- basicamente, segundo os ensinamentos de Buda, isso significa ser sensível a três predicados: 1) é ser sensível a causas vindo do passado; 2) é ser sensível ao que você está fazendo no momento presente; e 3) é ser sensível aos resultados do que você está fazendo no momento presente -- como essas três coisas vêm juntas.".
Visão teológica[editar | editar código-fonte]
A questão do livre-arbítrio foi frequentemente debatido na igreja do Ocidente, assim no século IV, entre Agostinho de Hipona, e Pelágio, no século XVI entre Erasmo de Roterdão e Lutero e no século XVII entre Jansenistas e Jesuítas.[12]
Em teologia frequentemente se alega que a doutrina da onisciência divina está em conflito com o livre-arbítrio. Afinal de contas, se Deus sabe exatamente o que ocorrerá, incluindo cada escolha feita por cada pessoa, o status das escolhas como livres está em questão. Parece que o conhecimento eterno de Deus sobre as escolhas individuais constrange a liberdade individual. Esse problema está relacionado ao problema aristotélico dos futuros contingentes: amanhã ocorrerá ou não ocorrerá uma batalha naval. Se haverá uma batalha naval, então isso é verdade hoje. Então seria necessário que a batalha ocorresse. Se não haverá, então, por um raciocínio similar, necessariamente não haverá. Isso significa que o futuro, qualquer que seja, está completamente fixado por verdades passadas, ou melhor, pelas proposições verdadeiras enunciadas no presente sobre o futuro.
Isso não é necessariamente verdade, visto que a imprevisibilidade está intimamente associada à aleatoriedade. A imprevisibilidade poderia significar indeterminismo e não livre-arbítrio, dessa forma é possível que uma atitude seja livre, mesmo sendo previsível.
Todavia, alguns filósofos defendem que a necessidade e a possibilidade são definidas com respeito a um ponto dado no tempo e uma matriz dada de circunstâncias empíricas. Assim, algo que é meramente possível da perspectiva de um observador pode ser necessário da perspectiva de um ser onisciente.
Alguns filósofos creem que ter livre-arbítrio é equivalente a ter uma alma. Assim, de acordo com essa alegação, animais não têm livre-arbítrio, para aqueles que acreditam que os animais não têm alma, outros já acreditam que os animais têm tanto livre-arbítrio quanto alma.
Cristão[editar | editar código-fonte]
Livre-arbítrio - Segundo os cristãos, é a condição que Deus dá ao homem para agir e ser livre, com capacidade para fazer as suas próprias escolhas, inclusive aquelas que não estão de acordo com a vontade divina. O Eterno tem poder para impedir que o homem faça o bem e o mal, no entanto deixa o caminho livre, cabendo ao homem decidir, sendo ele responsável por seus próprios atos. (SARP)
Na teologia cristã Deus é descrito como onisciente e onipotente. Por causa disso muitas pessoas, cristãs e não-cristãs, acreditam não apenas que Deus sabe quais decisões o indivíduo tomará amanhã, mas também que Deus determina tais escolhas. Todavia, proponentes do livre-arbítrio alegam que o conhecimento de um acontecimento é totalmente diferente da causação do acontecimento.
O livre-arbítrio também é tema dos debatedores do comunismo cristão. Porque alguns cristãos interpretam a Bíblia como defendendo que a forma ideal de sociedade é o comunismo, oponentes dessa teoria alegam que o estabelecimento de um sistema comunista em larga escala infringiria o livre-arbítrio das pessoas pela negação a elas da liberdade de tomar certas decisões por si mesmas. Os comunistas cristãos se opõem argumentando que o livre-arbítrio é e sempre será limitado em alguma medida pelas leis humanas.
Calvinismo[editar | editar código-fonte]
Os calvinistas defendem a ideia que Deus escolhe aqueles que serão salvos antes da criação. Um dos maiores defensores dessa visão teológica é Jonathan Edwards.
Edwards defende que o indeterminismo é incompatível com a dependência dos indivíduos em relação a Deus, e, por conseguinte, com sua soberania. Ele conclui que se as respostas dos indivíduos à graça de Deus são contra-causalmente livre, então sua salvação depende parcialmente deles (indivíduos), e por isso a soberania de Deus é absoluta e universal. No livro Liberdade da Vontade Edwards defende o determinismo teológico, e alega que o libertarianismo é incoerente. Por exemplo, ele argumenta que por autodeterminação o libertarianismo quer dizer ou que as ações do indivíduo, incluindo seus atos de vontade, são precedidos por um ato de vontade, o que leva a um regresso ao infinito, ou que os atos da vontade do indivíduo não têm causas suficiente, o que nos levaria a concluir que os atos da vontade ocorrem acidentalmente. Sendo assim, o livre-arbítrio não torna ninguém digno de louvor ou reprovação.
Uma posição parecida com a de Edwards foi defendida recentemente pelo filósofo Galen Strawson. Strawson, em vista do problema do regresso ao infinito dos atos da vontade, conclui que a responsabilidade moral é impossível.
Não se deve pensar, contudo, que essa visão nega completamente a liberdade de escolha. Ela reivindica que o homem é livre para agir a partir dos seus impulsos e desejos, mas não é livre para agir contra eles, ou para mudá-los. Defensores como John L. Girardeau indicaram sua crença que a neutralidade moral é impossível. Mesmo que ela fosse possível, e uma pessoa estivesse igualmente inclinada a opiniões contrárias, a pessoa não poderia fazer escolha alguma. Se ele estivesse inclinado, mesmo um pouquinho, em direção a uma opção, então ela necessariamente escolherá essa opção ao invés das outras.
Cristãos não-calvinistas tentam uma reconciliação dos conceitos duais de predestinação e livre-arbítrio apontado para a situação de Deus como Cristo. Tomando a forma de um homem, um elemento necessário desse processo é que Jesus Cristo viva a existência de um mortal. Quando Jesus nasceu ele não tinha o poder onisciente de Deus, mas a mente de uma criança humana -- e ainda assim ele era Deus por inteiro. Isso cria o precedente que Deus pode abandonar o conhecimento, ou ignorar o conhecimento, e ainda assim permanecer Deus por inteiro. Assim não é inconcebível que embora a onisciência exija que Deus conheça o futuro dos indivíduos, está no seu poder negar esse conhecimento para preservar o livre-arbítrio individual.
Todavia, uma reconciliação mais compatível com a teologia não-calvinista diz que Deus não está ciente de eventos futuros, mas antes, sendo eterno, ele está fora do tempo, e vê o passado, o presente e o futuro como uma criação completa. Consequentemente, não é como se Deus fosse saber antes que alguém seria culpado de homicídio. Ele é ciente da eternidade, vendo todos os momentos como um único presente. Não impondo a si uma posição de "escolha" divina, mas de "conhecimento". [13]
Catolicismo[editar | editar código-fonte]
Téologos católicos aceitam a ideia de livre-arbítrio universalmente, mas geralmente não veem o livre-arbítrio como existindo separadamente ou em contradição com a graça divina. Santo Agostinho e São Tomás de Aquino escreveram bastante sobre o livre-arbítrio. Agostinho foca no livre-arbítrio nas suas respostas aos maniqueus, e nas limitações de um conceito de livre-arbítrio como negação da graça divina.
A ênfase católica no livre-arbítrio e na graça divina frequentemente é contrastada com a predestinação no cristianismo protestante, especialmente após a contra-reforma. Na compreensão das diferentes concepções de livre-arbítrio é importante entender as diferentes concepções da natureza de Deus, focando no problema da conciliação entre um Deus onipotente e onisciente e os indivíduos supostamente com livre-arbítrio.
Metodismo[editar | editar código-fonte]
O metodismo é um ramo protestante nascido no século XVIII na Inglaterra, graças a dois grandes clérigos anglicanos, principalmente: John Wesley e George Whitefield. O motivo de discórdia e posterior separação (não inimizade ou conflito, já que, por exemplo, Wesley foi o pregador no serviço fúnebre de seu grande amigo Whitfield!)foi extamente essa questão. Whitefield era calvinista e Wesley arminiano. Arminianismo é uma teoria teológica surgida na Holanda e que influenciou um bom tanto da teologia ocidental, embora condenada pelos calvinistas no Sínodo de Dort, que condenou Tiago Armínio. No entanto hoje, grande parte, senão maioria da cristandade protestante é arminiana. O arminianismo consiste na crença da doutrina do livre-arbítrio, explicado da seguinte maneira, opondo-se aos famosos cinco pontos do Calvinismo(TULIP): Os cinco artigos de fé contidos na “Remonstrance” podem ser resumidos no seguinte:
Deus elege ou reprova na base da fé prevista ou da incredulidade.
Cristo morreu por todos os homens, em geral, e em favor de cada um, em particular, embora somente os que creem sejam salvos.
Devido à depravação do homem, a graça divina é necessária para a fé ou qualquer boa obra.
Essa graça pode ser resistida.
Se todos os que são verdadeiramente regenerados vão seguramente perseverar na fé é um ponto que necessita de maior investigação. Esse último ponto foi depois alterado para ensinar definitivamente a possibilidade de os realmente regenerados perderem sua fé, e, por conseguinte, a sua salvação. Todavia, nem todos os arminianos estão de acordo, nesse ponto. Há muitos que acreditam que os verdadeiramente regenerados não podem perder a salvação e estão eternamente salvos.
A salvação é realizada através da combinação de esforços de Deus (que toma a iniciativa) e do homem (que deve responder a essa iniciativa) o que é chamado de sinergismo, contra o monergismo calvinista. A resposta do homem é o fator decisivo (determinante). Deus tem providenciado salvação para todos, mas Sua provisão só se torna efetiva (eficaz) para aqueles que, de sua própria e livre vontade, “escolhem” cooperar com Ele e aceitar Sua oferta de graça. No ponto crucial, a vontade do homem desempenha um papel decisivo. Este era o sistema de doutrina apresentado na “Remonstrance” (Representação) dos Arminianos e rejeitado pelo sínodo de Dort.
No entanto, o pensamento wesleyano e metodista diferem um pouco do arminianismo original, pois Wesley reafirma que a salvação é obra da graça e tão somente dela e adota o princípio da certeza da salvação,. por exemplo.[14]
Mormonismo[editar | editar código-fonte]
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias crê que Deus concedeu a cada um de seus filhos o livre-arbítrio, ou seja, a capacidade de agirem por si mesmos. Entretanto, cada um é responsável por suas escolhas não podendo culpar as circunstâncias, família ou amigos. As consequências podem não ser imediatas, mas elas sempre virão. Escolher o bem e a retidão leva à felicidade, à paz e à vida eterna, enquanto que a escolha do pecado e do mal no final leva ao sofrimento e à angústia.[15]
Igreja Ortodoxa[editar | editar código-fonte]
O conceito de livre-arbítrio é muito importante para as igrejas ortodoxas, particularmente as ortodoxas orientais, e especialmente as afiliadas coptas. Tal como ocorre no judaísmo, o livre-arbítrio é axiomático. Todos são vistos como tendo escolha livre para decidir em que medida seguir a própria consciência.
Espiritismo[editar | editar código-fonte]
O Espiritismo afirma que toda causa provoca um efeito e que todo efeito advém de uma causa. Neste contexto, Deus é a causa primária de todas as coisas.[16] Afirma-se que o livre-arbítrio ganha proporções maiores à medida que o grau de evolução (moral e intelectual) do espírito se desenvolve. O livre-arbítrio pode ser limitado em determinadas situações, quando isso proporcionar evolução na condição moral e intelectual do espírito, como exemplo, no caso das reencarnações compulsórias, onde o espírito "ocioso" é compelido a reencarnar mesmo contra sua vontade, subjugando-se seu livre-arbítrio. O livre-arbítrio é a liberdade de escolha que temos dentro das limitações que nos impomos por falta de evolução moral e intelectual, ou seja, falta de conhecimento.[17]
Ver também[editar | editar código-fonte]
Determinismo
Compatibilismo (livre-arbítrio e determinismo)
Teísmo aberto
Teologia do processo
Vocação eficaz
Predeterminação
Notas
Ir para cima↑ No domínio religioso o livre-arbítrio pode implicar que uma divindade onipotente não imponha seu poder sobre a vontade e as escolhas individuais.
Ir para cima↑ o livre-arbítrio pode implicar que os indivíduos possam ser considerados moralmente responsáveis pelas suas ações.
Ir para cima↑ Em psicologia, ele implica que a mente controla certas ações do corpo.
Ir para cima↑ É bom notar que o libertarianismo, a teoria metafísica da qual falamos acima, é algo distinto do libertarismo discutido em filosofia política, ciência política e economia. Em inglês as duas coisas são denominadas com o mesmo nome, libertarianism, e isso pode ser fonte de confusões. É por isso que alguns autores de língua inglesa utilizam a palavra voluntarism (voluntarismo) para falar do libertarianismo.
Ir para cima↑ A filosofia que aceita tanto o determinismo quanto a liberdade de escolhas é chamada de “soft determinism”, expressão cunhada por William James para designar o que hoje chamamos de livre-arbítrio compatibilista.
Referências
Ir para cima↑ O livre-arbítrio não existe - Ciência comprova: você é escravo do seu cérebro - Artigo de Salvador Nogueira, publicado na revista Super interessante de setembro de 2008 [[1]]
Ir para cima↑ Gilles Deleuze, Espinoza, Filosofia Prática
Ir para cima↑ Ricardo Rodrigues Teixeira, A Grande Saúde: uma introdução à medicina do Corpo sem Órgãos [2]
Ir para cima↑ The Cogito Model[3]
Ir para cima↑ J. J. C. Smart, "Free-Will, Praise and Blame," Mind, July 1961, p.293-4.
Ir para cima↑ Eisenhardt, K. (1989) Agency theory: An assessment and review,Academy of Management Review, 14 (1): 57-74.
Ir para cima↑ DETERMINISMO, PREVISIBILIDADE E CAOS Femando Lang da Silveira, Instituto de Física da UFRGS[[4]]
Ir para cima↑ Identidade pessoal por Theodore Sider - Universidade de Rutgers (Tradução de Vítor Guerreiro)
Ir para cima↑ Tratado da Natureza Humana de Hume por Vani L. F. dos Santos [5]
Ir para cima↑ Schultz, SG (1998). «A century of (epithelial) transport physiology: from vitalism to molecular cloning»: C13–23. PMID 9458708
Ir para cima↑ Gilbert, SF; Sarkar, S (2000). «Embracing complexity: organicism for the 21st century»: 1–9. doi:10.1002/1097-0177(2000)9999:9999<::AID-DVDY1036>3.0.CO;2-A. PMID 10974666
Ir para cima↑ QUINSON, Marie-Therese (1999). Dicionário cultural do cristianismo. Edicoes Loyola. p. 184. ISBN 978-85-15-01330-2.
Ir para cima↑ http://www.igreja-presbiteriana.org/PEs/PE933.pdf
Ir para cima↑ [[6]]
Ir para cima↑ Sempre Fiéis - https://www.lds.org/bc/content/shared/content/portuguese/pdf/language-materials/36863_por.pdf?lang=por
Ir para cima↑ http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/07/135.pdfO Livro dos Espíritos, Allan Kardec, publicado em abril de 1857
Ir para cima↑ http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/07/137.pdfA Gênese, os milagres e as predições segundo o espiritismo, Allan Kardec, publicado em janeiro de 1868
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
Existe livre-arbítrio?
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