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sábado, 17 de junho de 2023

Ataque jihadista a escola em Uganda deixa 37 mortos, a maioria estudantes





Milícia atacou uma escola de ensino médio perto de Bwera, onde incendiou um dormitório e saqueou uma mercearia


AFP
17/06/2023 09:01 - atualizado 17/06/2023 09:19

Ao menos 37 pessoas, a maioria estudantes, morreram num ataque de um grupo rebelde vinculado à organização jihadista Estado Islâmico contra uma escola de ensino médio no oeste do Uganda, muito perto da fronteira com a República Democrática do Congo (RDC).


"Trinta e sete corpos foram encontrados e levados para o necrotério do hospital Bwera", disse o porta-voz do Exército, Felix Kulayigye, em um comunicado neste sábado (17/6), referindo-se à cidade nas proximidades do ataque na noite de sexta-feira.


Em um balanço anterior, Joe Walusimbi, comissário do distrito de Kasese, onde se situa a escola, na localidade de Mpondwe, a menos de dois quilômetros da fronteira, havia relatado 25 mortos, todos estudantes.

O porta-voz da polícia de Uganda, Fred Enanga, explicou que a milícia ADF (Forças Democráticas Aliadas), que tem seu reduto no leste da RDC, atacou uma escola de ensino médio perto de Bwera, onde "incendiaram um dormitório e saquearam uma mercearia".


O porta-voz da polícia descreveu o ataque como "terrorista" e disse que oito vítimas também foram resgatadas com vida, internadas "em situação crítica" no hospital de Bwera.

O exército e a polícia estão perseguindo os agressores que fugiram para o Parque Nacional de Virunga, localizado do outro lado da fronteira, na RDC. Segundo o porta-voz do Exército, os assaltantes levaram seis sequestrados para lá.


"Nossas forças estão perseguindo o inimigo para resgatar os sequestrados e destruir este grupo", disse Kulayigye.


Fechado com chave

O general Dick Olum disse à AFP que, de acordo com as informações coletadas, os milicianos estavam na área há pelo menos dois dias. Ele alegou que os agressores tinham informações detalhadas sobre a escola.

"Eles sabiam onde ficavam os dormitórios masculino e feminino", disse Olum.

"Os rebeldes trancaram o quarto dos meninos com chave e atearam fogo. A seção das meninas não estava trancada, então elas conseguiram fugir, mas quando o fizeram, algumas foram atacadas com facões e outras baleadas", explicou o militar.


Segundo ele, alguns dos corpos estão tão carbonizados que serão necessários exames de DNA para identificá-los.

O general Olum especificou que solicitou reforços e aviões para resgatar os reféns e localizar os esconderijos dos rebeldes.

Recompensa de US$ 5 milhões

A milícia ADF começou como um grupo insurgente em Uganda, de maioria muçulmana, e se estabeleceu no leste da RDC em meados da década de 1990. Desde então, foi acusada de matar milhares de civis.

Em 2019, eles juraram lealdade ao grupo Estado Islâmico, que apresenta os combatentes do ADF como um ramo local na África Central. Eles são acusados de ataques jihadistas na RDC e em solo ugandense.


Este fim de semana não é o primeiro ataque a uma escola em Uganda atribuído à ADF.

Em junho de 1998, 80 estudantes foram queimados vivos em seus dormitórios durante um ataque da ADF ao Instituto Técnico de Kichwamba, perto da fronteira com a RDC. Mais de 100 estudantes foram sequestrados.

Uganda e a República Democrática do Congo lançaram uma ofensiva conjunta em 2021 para expulsar a ADF de seus redutos congoleses, mas até agora essas operações não conseguiram impedir os ataques do grupo.

Os Estados Unidos anunciaram no início de março que ofereceriam uma recompensa de até US$ 5 milhões (R$ 24 milhões na cotação atual) por qualquer informação que pudesse levar a seu líder, um ugandense de 40 anos chamado Musa Baluku.


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