Eu tenho desejos que em mim ardem
Desejos de trevas
Desejos de luz
Quem vencerá? A luz ou as trevas?
Quem ouvirá o homem em chamas?
Eu tenho desejos que em mim ardem.
Desejo de ver os perversos queimando
Desejo de ver queimar a grande cidade
Quem ouvirá o homem em chamas?
Quem realizará seus desejos?
A febre em mim arde
Ó Pai, eu desejo
Desejo de ver mais do que as nuvens escondem
Ver o que há além, bem além das estrelas!
Ó Pai, eu tenho desejos!
Desejo ver a inocência protegida.
Queimados os perversos que a corrompem!
Ó Pai eu tenho almejos!
Desejo queimar de inocentes desejos
Desejos de paz, desejos de luz!
Queima em mim ó Pai!
As trevas!
Trevas que brilham
Não são trevas
São luz!
Faça-se a luz!
Fiat Lux!
O homem em chamas caiu de joelhos!
Joelhos dobrados, joelhos de luz.
O corpo doendo
A fé enrobustecendo
A articulação dói
A mente vagueia
O homem em chamas não liga
O nariz pinga
Os olhos se abrem
Escreve o que vês!
Vejo o chão se partindo
O fumo subindo
A água escorrendo
No vão do abismo!
O chão se fechando
A terra subindo
A água se reunindo
A onda crescendo
Ó Pai, quem me dera ver a erva crescendo
O boi a comendo
O 🦁 espreitando
Quero falar como tu falas
Ouvir como tu ouve
Ver como tu vês
Tocar como tu tocas
Ó Pai, queima em mim o Espírito
Queima e consome meu cheiro de carne
Que fiquem os ossos limpos
Num vale de ossos secos num vale!
Osso com osso
Tendão com tendão
Carne com carne
Carne que brilha!
Carne que vê!
Carne que flutua!
Carne que transmuta!
O homem em chamas!
Volta a queimar o homem em chamas!
Tocha humana!
Tocha que brilha trazendo a luz!
Pedaço de pau!
Pano dobrado!
Pixe!
Coisas mortas que produzem luz!
Brilha o homem em chamas na mão de Jesus!
O sangue do Santo é semente!
Escorre, escorre mas não coagula
Escorre um rio de vida
Borracha que apaga um rio desenhado
Um rio de esgoto
Um rio de pecado!
Um anjo brilhante que risca o céu
Quem vai apagar o rio de pecado?
Quem vai apagar o seu curso do mapa?
Silêncio
O homem em chamas cambaleia
Lhe bate a fraqueza
Lhe seca a boca.
Lhe molha a língua a água fresca
Eu não tenho forças.
Me sinto fraco e inútil
Uma tocha molhada jogada em um rio.
A noite caindo
O rio escorrendo
A cobra rasteja
No leito do Rio
Há muitas trevas
Densas trevas!
Ei!
Acorda!
A mão que me pega
Me leva porvir
O homem em chamas não mais se agita
É pau!
É pano!
É pixe!
Agora sim ele pode brilhar.
Agora ele pode ser luz.
Parou de lutar!
De espernear!
De fazer do seu jeito.
O mensageiro perfeito
Com a mão lhe pegou!
O homem em chamas morreu.
Agora sim, pode brilhar!
Faça-se a luz!

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