Sâmia Bomfim pediu informações a respeito das medidas tomadas pela administração do hospital quanto ao caso
Paulo Moura - 20/08/2021 08h48 | atualizado em 20/08/2021 09h29
Distribuição de Bíblia em hospital virou alvo de reclamação do PSOL Foto: Reprodução/Redes Sociais
A singela doação de uma Bíblia a uma mulher que estava na fila do Hospital Pérola Byington, no Centro de São Paulo, prestes a realizar um exame de ultrassom como parte de um procedimento de aborto, revoltou uma deputada federal do PSOL, que pediu explicações à instituição médica pela doação, classificada por ela como “grave”.
Em um ofício enviado ao hospital, a parlamentar Sâmia Bomfim (PSOL-SP) questionou se procede a afirmação feita por uma paciente do local e, em caso afirmativo, solicitou que a unidade médica preste informações a respeito das medidas tomadas por sua administração quanto ao caso.
A paciente em questão, que ficou grávida após ser vítima de violência sexual cometida pelo próprio marido, contou que funcionárias uniformizadas do hospital teriam passado pelo local de espera para ultrassom distribuindo absorventes e, na sequência, exemplares da Bíblia. Em entrevista, a mulher disse não gostar de Bíblias, mas afirmou que chegou a pensar que poderia “ser um sinal”.
– Nem cheguei a abrir porque não gosto […] Eu não me senti bem, achei contraditório. Isso até confunde porque fui criada por uma família religiosa e, quando recebi, pensei que poderia ser um sinal, mas sei que o Deus que acredito não é contra isso – afirmou a mulher, em entrevista ao portal G1.
O diretor do Hospital Pérola Byington, Luiz Henrique Gebrim, disse que a distribuição de Bíblias aconteceu sem que a administração da unidade soubesse. De acordo com o gestor da instituição médica, a entrega do material dentro do local foi suspensa.
– Nós tínhamos uma equipe que fazia humanização de forma voluntária. São senhoras da sociedade que queriam ajudar principalmente pacientes de câncer. É um kit que a gente recebe, e algumas colocaram Bíblia também, mas não pode distribuir qualquer material gráfico dentro do hospital. Já suspendemos – disse.
Gebrim destacou, porém, que o fato é relativamente comum e que diversos locais, como hotéis, têm Bíblias em seus quartos. O gestor do hospital ainda ressaltou que a entrega da Bíblia não foi algo feito à força e que “ninguém obrigou ninguém” a ler.
– [As voluntárias] inadvertidamente acharam que eram pacientes de câncer, até porque 95% das pacientes que agendam exame conosco são de câncer […] Mas a gente está acostumado a chegar a hotel e ter Bíblia [lá]. Ninguém obrigou ninguém a receber e ler o assunto – completou.
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