O túmulo está vazio, pois o Redentor vivo para sempre está!!!!!!!!

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Os 3 pilares do sistema religioso evangélico






Por Allan Felipe Freitas


Não é G-12, visão celular, MIR-12 ou MDA, mas sim MCA (medo, culpa e ambição). Nesta tríade se constitui os 3 pilares que sustentam o sistema religioso evangélico. Estes 3 elementos podem estar presentes em esquemas eclesiásticos como os citados acima, mas também podem ser encontrados em qualquer instituição religiosa fora destes moldes, desde que lá se encontre uma pregação que não é baseada no amor e nos princípios do evangelho do Reino e da graça de Deus.


Quando o evangelho é pregado as vendas que outrora cobriam a visão das pessoas caem, logo, elas passam a perceber o quão simples é o genuíno evangelho de Cristo. Numa comunidade de fé sadia, tanto o líder como os liderados, são movidos por amor, não por inveja, cobiça, vanglória ou qualquer outra motivação.


Vale destacar, que o evangelho não é religião e que religiosidade não é sinônimo de ser discípulo de Jesus. A religião é o homem buscando Deus e o evangelho é Deus buscando o homem. O sistema religioso fomenta uma série de coisas que a pessoa deve fazer para encontrar Deus ou para alcançar suas bênçãos. Toda vez que você ouvir uma pregação que enfatize mais o que homem tem que fazer do que o Jesus fez pelo homem desconfie, pois pode ser um evangelho adulterado.


Infelizmente hoje encontramos muitas igrejas que apregoam um falso evangelho que é opressor, que não liberta, mas aprisiona. Todavia, mesmo em denominações que fazem uso desta pregação é possível encontrar gente boa de Deus, pessoas sinceras, honestas, que desejam servir a Deus de todo o coração e que são comprometidas com a causa do Reino de Deus.


É com muito pesar que constato que muitos pregadores em nome do sucesso, do crescimento de sua igreja e da arrecadação, lançam mão de expedientes que contradizem as escrituras. Para atingir seus objetivos, distorcem o evangelho, ocultam a verdade e usam as sagradas escrituras com o intuito de manipular as pessoas.


Se à luz do evangelho a palavra que define a relação entre irmãos e entre pastor e ovelha é: cuidado, à luz do sistema religioso evangélico tal palavra é: controle. O medo, a culpa e ambição são os sustentáculos deste sistema grandioso. É através de cada uma destas vias, que àqueles que não estão comprometidos com o evangelho, percorrem o caminho para alcançar seus objetivos, subjugando o povo a uma escravidão tenebrosa.


Analisemos detalhadamente cada pilar:




Medo


No que se refere ao medo, fiz uma divisão didática em 3 pontos bastantes comuns na atualidade.




a) Medo do diabo:


O medo é muito usado para coagir as pessoas. É muito comum nos dias de hoje ouvir pregações que mais falam do diabo do que de Deus. Há igrejas que se retirarem o diabo não há culto. Tudo gira em torno dele. Tais instituições religiosas emitem a mensagem de que o diabo é muito poderoso, onipotente, um diabão que só é vencido por Jesus na prorrogação de segundo tempo. Costumam atribuir ao diabo a culpa de tudo de ruim que acontece. Amedrontam os seguidores alegando que devemos ter muito cuidado com o diabo porque ele pode fazer isso e aquilo outro.


Em cenários como esse não é difícil assistir a espetáculos protagonizados por pessoas possessas (se é que estão possessas). O pastor entrevista o demônio, pergunta o nome, o que veio fazer, há quanto tempo está ali e etc. Um verdadeiro circo que é desnecessário e que se verdadeiramente a pessoa está possessa só faz expô-la ao ridículo.


Então criam-se as correntes de libertação, campanhas de n sextas feiras, sessões do descarrego e até mesmo do "desencapetamento total".

Ora, primeiro inseri-se o terror nas pessoas e depois se apresenta a elas a solução, fazer a tal campanha de libertação para combater o capiroto.


Sobre isso, veja o que a bíblia diz:


“[...] o perfeito amor lança fora todo medo.” (1 João 4.18)


“O que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca.”
(1 João 5.18)


“E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco. Amém.”(Romanos 16.20)


Veja o que Jesus fez com o diabo:


“E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.” (Colossenses 2.15)


Repare no que Cristo disse:


“E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra.”
(Mateus 28.18)


Não há o menor motivo para o cristão ter medo do diabo!




b) Medo do inferno:


Alguns seguimentos do meio evangélico preferem causar medo nas pessoas com a finalidade de retê-las fiéis a igreja apregoando o medo do inferno. Alegam que se fizer isso ou aquilo perderão a salvação. A volta de Jesus é usada como artifício para causar desespero nas pessoas, para que se arrependam e passem a freqüentar os cultos. Então, o pastor diz: “irmãos, se você fizer isso ou aquilo você irá para o inferno”.


Esse tipo de conduta alimenta o legalismo que nada tem a ver com o evangelho. O legalista costuma ser um moralista hipócrita que deseja controlar a vida de terceiros dizendo o que pode ou não fazer, o que pode ou não comer.


Preste atenção no trecho a seguir:


“E, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como:
Não toques, não proves, não manuseies?
As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens;
As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne.” (Colossenses 2. 20-23)


Ninguém deve deixar de fazer algo por medo do inferno, mas por amor. Ninguém deve seguir a Cristo por medo do inferno, a única motivação válida para tudo o que fazemos é sempre o amor.




c) Medo do devorador:


Talvez o medo do devorador seja o mais clássico de todos. Na hora de recolher dízimos e ofertas é feita a leitura de Malaquias 3.10-12. Veja o que diz o versículo 11:


“E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.”
(Malaquias 3.11)


Com isso, o discurso é mais ou menos esse: “Para o devorador não consumir as suas finanças, não queimar os eletrodomésticos da sua casa, não fazer com que a sua despensa fique vazia ou que você perca o emprego, tem que dizimar!”.


Então, as pessoas coagidas, com medo do devorador entregam seus dízimos. Esta motivação é completamente errada. O que deve motivar alguém a dizimar deve ser o amor e a gratidão e não o medo.




Culpa


Certa vez o pastor Ed René Kivitz em uma de suas pregações contou um fato que aconteceu com ele. Uma irmã de sua igreja estava com o pai muito doente, a beira da morte. O pai, nestas condições, pediu a filha que o levasse a uma igreja Universal do Reino de Deus. A filha conhecedora do evangelho logo achou muito esquisito e pensou: puxa, ele quer ir logo na Universal?


O pai insistiu, a filha o levou a igreja. Chegando lá, estava acontecendo uma campanha em que os fiéis passavam por várias portas. O pastor disse que se a pessoa que estivesse ali desse tanto de oferta (era um valor considerável) e passasse pelas tais portas, seria curada instantaneamente. O pai dessa irmã seguiu todas as instruções e nada aconteceu. Voltou algumas vezes e até o levaram para uma sala em secreto na qual algumas obreiras ficaram cerca de 30 minutos expulsando demônios que supostamente estariam causando aquela doença. Em suma, o pai dela faleceu. Agora, imagine se ela não tivesse levado o pai para a igreja Universal e no dia do enterro alguém dissesse: “puxa, se você tivesse levado ele na igreja de repente ele não teria morrido.


A culpa que essa irmã teria que carregar para o resto de sua vida seria avassaladora e imensamente terrível.

E a culpa de ser um dizimista infiel? No mesmo capítulo de Malaquias citado anteriormente no versículo 8 diz o seguinte:


“Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.”
(Malaquias 3. 8-9)


Parece que alguns pastores adoram esse versículo. “Você que não é dizimista e ofertante é ladrão!” Dorme com um barulho desse. A culpa gerada por esta afirmação compele a muitos a dizimarem e ofertarem só para se livrar do peso na consciência.


A culpa se aplica a diversos aspectos e é usada para cobrar a presença no culto, por exemplo, ou para obrigar a membresia a se vestir da maneira adequada, conforme “a doutrina” (o que na verdade se trata de usos e costumes).


É interessante notar que a bíblia diz que: "Nenhuma condenação há para aqueles que estão em Cristo Jesus" (Romanos 8.1).




Jesus veio ao mundo par nos livrar da culpa, para levar a nossa condenação, mas muitos ao invés de pregar a graça preferem aferrar-se a lei para poder usar das artimanhas da culpa para obterem benefícios.




Ambição


A ambição é a base da teologia da prosperidade, é o que move as campanhas de prosperidade, os desafios financeiros e tudo o que se possa imaginar ligado a ideia de Deus vai te fazer rico da noite para o dia.


Há igrejas que são verdadeiras fábricas de campanhas e desafios financeiros. A ideia que paira é de que quanto maior for o seu sacrifício em dar uma oferta expressiva para Deus, maior será a prosperidade que Deus derramará sobre o ofertante.


Findada uma campanha, logo, o pastor anuncia outra para aqueles que não foram “abençoados” na anterior. Eles dizem com veemência: "Se você não abençoado naquela campanha, tenha fé, nesta você vai ser!"


É uma barganha, parece que existe uma bolsa de valores celestial na qual você investe hoje e recebe amanhã com altos rendimentos.

Tais pastores que apregoam a teologia da prosperidade alimentam o que há de pior no ser humano, a ambição (no pior sentido da palavra), a cobiça, a ganância. O desejo desenfreado da carne de ter em detrimento do ser.


As pessoas fazem de tudo para conseguirem o que querem, nem que seja preciso negociar valores, trapacear, passar a perna em alguém, para elas, a máxima de Maquiavel virou lema: os fins justificam os meios. O desejo de quem se encanta com essa teologia é alcançar a prosperidade a qualquer custo.


A ambição não passa de mais uma maneira que os charlatões descobriram para aprisionar e manipular os incautos.


Alguns ousam dizer que Jesus disse que veio nos dar uma vida em abundância, logo, temos que ter abundância de bens, muito dinheiro e etc. Fundamentam-se em João 10.10 parte b.


“eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.” (João 10.10)


Os que costumam fazer esse tipo de interpretação normalmente não possuem um conhecimento amplo da Bíblia e são especialistas em recitar versículos fora de seu contexto.


Vamos acabar de vez com essa heresia.


Leia o que Jesus disse:


“Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui.” (Lucas 12.15)


A verdadeira razão para alguém querer prosperar deve ser esta:


“Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade.”
(Efésios 4.28)




Espero que esse texto tenha iluminado a mente de muitos.


Fonte:
http://www.evangelhosemcensura.com.br/2016/01/os-3-pilares-do-sistema-religioso.html

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