terça-feira, 28 de julho de 2020

Universal é acusada de racismo e obrigação de vasectomia por pastores de Angola; entenda




por: Yuri Ferreira

angola
igreja evangélica
igreja universal


A Igreja Universal está sendo acusada de racismo e obrigação de vasectomia por pastores angolanos que faziam parte da Igreja. Segundo informações da BBC e da VEJA, a organização religiosa de Edir Macedo está sofrendo para dominar seus templos no país africano. Mais de 40% dos pastores angolanos racharam da organização da IURD Angola e tomaram os templos de líderes brasileiros.


Publicidade



Igreja Universal é uma das maiores forças religiosas em Angola. Pastores angolanos denunciam brasileiros de racismo e evasão de divisas.

O racha levou à tomada violenta de cerca de 80 dos 230 templos da IURD no país. 30 na capital Luanda e outros 50 em regiões com Benguela, Lunda-Norte, Huambo, Benguela e Cafunfo.

Em comunicado à imprensa, o Pastor Nilton Ribeiro, porta-voz da comissão de pastores dissidentes de Macedo, afirma que está instaurada uma ruptura total com a IURD. “Temos observado que as suas práticas não mudaram, continuam sendo as mesmas. A prática do racismo, a prática da evasão de divisas, a prática da corrupção ativa e passiva, e por esta razão, nós, angolanos, viemos declarar, ruptura com a gestão brasileira. De hoje em diante, nós não teremos não teremos mais nenhum convênio com a gestão brasileira. Nós não aceitamos os crimes cometidos pela gestão brasileira”, afirma.



Em fevereiro de 2013, o Presidente José Eduardo dos Santos já havia suspendido as atividades da Igreja no país, após um culto da Igreja gerar um pisoteamento que resultou na morte de 16 pessoas.

– O papel do Brasil na revolta contra a Igreja Universal que gerou mortes e crise diplomática na África

A Igreja Universal do Reino de Deus de Angola confirmou a invasão dos templos, “por um grupo de ex-pastores desvinculados da Instituição por práticas e desvio de condutas morais e, em alguns casos, criminosas e contrárias aos princípios cristãos exigidos de um ministro de culto”, em nota enviada à BBC Brasil. A organização religiosa ainda afirma, na nota, que os dissidentes promoveram “ataques xenófobos”, além de agredir pastores, esposas de pastores e funcionários “com objetivo de tomar de assalto a igreja, com propósitos escusos”.


Publicidade


A Universal ainda afirmou que as acusações de racismo e de vasectomia forçada se tratavam de fake news “facilmente desmentida pelo fato de que muitos bispos e pastores da Universal, em todos os níveis de hierarquia da Igreja, têm filhos”. A Instituição afirma incentivar o planejamento familiar.

– Condenada na Justiça, Universal é acusada de esterilizar pastores

“Esclarecemos que, respeitada a unidade de doutrina da fé que une a Igreja Universal do Reino de Deus em todos os 127 países onde está presente, nos cinco continentes, a Universal de cada nação dispõe de total autonomia administrativa para encaminhar e resolver suas questões locais, sempre observando as leis e as tradições. O que se espera é que as autoridades restabeleçam, com urgência, a ordem legal e possam assegurar que a Universal continue salvando vidas e prestando ajuda humanitária em Angola, como faz há 28 anos”, completa.




Publicidade



Fotos: Destaques: © Wikimedia Commons e Alan Santos/PR Foto 1: Divulgação/IURD

angola
igreja evangélica
igreja universal



Yuri FerreiraJornalista formado na Escola de Jornalismo da Énois. Já publicou em veículos como The Guardian, UOL, The Intercept, VICE, Carta e hoje escreve aqui no Hypeness. No twitter, @porfavorparem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário