quinta-feira, 25 de junho de 2020

Pastores da Igreja Universal detidos em Luanda




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O pastor Israel Gonçalves foi agredido



Dois pastores da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola foram, nesta madrugada, detidos, na sequência de um tumulto registado na Catedral do Morro Bento, distrito da Maianga, município de Luanda.



Trata-se do pastor angolano Diogo Paulo e o brasileiro Douglas de Oliveira, pertencentes a cada uma das alas em conflito.

O director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da Delegação Provincial do Ministério do Interior, intendente Hermenegildo de Brito, disse à Angop que a polícia foi chamada para intervir evitando que a situação de segurança pública fosse afectada.

De acordo com o oficial da corporação, ambos foram encaminhadas para uma das esquadras do sector do Rocha Pinto que remeteu já o processo ao Ministério Público.

Liderados pelo bispo Valente Bizerra, os pastores angolanos decidiram romper, em Novembro do ano passado, com a representação brasileira em Angola encabeçada pelo bispo Honorilton Gonçalves, por alegadas práticas doutrinais contrárias à religião, como a exigência da prática de vasectomia, castração química, além da evasão de divisas para o exterior do país.

Os angolanos acusam os brasileiros de irregularidades e montaram, nesta segunda-feira, o seu “ estado-maior “ na Catedral do Morro Bento, localizado na Avenida 21 de Janeiro.

O pastor Jaime Inácio acusa a parte brasileira, munidos com armas brancas e de fogo, de tentar invadir, nesta madrugada, a catedral com o intuito de desalojar os angolanos, tendo originado o tumulto.

O pastor fala em feridos graves, encaminhados para uma unidade hospitalar, situação não confirmado pelo porta-voz do Minint, em Luanda.

Os bispos e pastores angolanos, que se demarcaram da ala brasileira fiel a Edir Macedo, ocuparam, na segunda-feira, algumas igrejas em Luanda e nas províncias de Benguela, Huambo, Malanje, Namibe, Cuanza Sul.

Organizados num grupo que decidiram apelidar de Comissão de Reforma de Pastores Angolanos (CRPA), justificaram o acto com o facto de os bispos e pastores brasileiros continuarem a revelar uma forte ganância pelo dinheiro dos fiéis, por promoverem o racismo, discriminação social, abuso de autoridade, faltas de respeito, humilhações públicas contra pastores angolanos, evasão de divisas e expatriamento ilícito de capitais.

A violência contra religiosos brasileiros provocou uma reação imediatada do embaixador brasileiro em Angola, Paulino Franco de Carvalho Neto.

"É uma situação delicada sem dúvida", disse o embaixador. "A embaixada tem trabalhado junto com as autoridades locais e pedido as autoridades policiais angolanas, que dentro de sua competencia possam coibir esses abusos e evitar que propriedades, igrejas, sejam invadidas e que cidadãos brasileiros, membros da Igreja Universal sofram atos de violência. Isso é inaceitavel.

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