quinta-feira, 23 de março de 2017

Histórias Reais e Misteriosas 4










No ano de 2001 eu era presbítero da Igreja Luterana da Renovação da qual eu era membro, e servia a igreja na pequena cidade de Bom Jesus, na serra gaúcha. Lá eu fazia basicamente toda a função pastoral, mesmo sem nunca ter sido ordenado pastor. Eu administrava a comunidade, pagando suas contas, fazendo sua contabilidade, oficio que aprendi com o irmão Idú Prado, e presidia os cultos com a ajuda do irmao obreiro Nílson Soares e sua esposa Sandra. Naquela cidade passei por muitas dificuldades, financeiras, morais, espirituais e de relacionamento. Era uma igreja muito problemática. Naquela cidade fui assediado por uma conhecida sociedade secreta e a partir da minha recusa em me tornar membro da mesma, minha vida e meu ministério ao Senhor se tornou mais combatido e atribulado do que já era. Naquela época eu apresentava na rádio Aparados da Serra que era pelo menos na época uma autarquia municipal o Programa Palavra de Fé, que era um espaço da igreja, pago por seus membros que o patrocinavam. Tinha boa audiencia, sendo que quando resolvi pegar pedidos de oraçao pelo tel da rádio um bom numero de pessoas ligavam. Eram 30 min de programa. Primeiro era semanal, depois passou a ser diário. Lá naquela cidade cometi erros, lá cometeram muitos erros comigo e contra mim. Lá passei por situações incomuns e absurdas que só posso explicar como sendo resultado de represálias da dita sociedade secreta. Mas essas são questões administrativas.




Quero me deter nas questões de natureza espiritual. Naquela época eu me encontrava ainda no primeiro amor e levava muito a sério minha vida espiritual. Eu sempre dormi pouco e em virtude disso tinha muito tempo livre para orar. E orava. Oraria muito mais se nao tivesse de cumprir funçoes administrativas. Mas o tempo que tinha livre passava com o meu Senhor. Não vou entrar em detalhes, mas o que acontecia na cidade de Bom Jesus dentro e fora da comunidade local e da igreja me afligia muito. Numa tarde estava eu sozinho em casa orando, quando passei por uma experiencia terrível e inesquecível que passo a narrar agora e que aconteceu pouco tempo depois de eu recusar o convite da dita sociedade secreta. Estava eu orando já a algumas horas, quando me vi parado em frente ao prédio da igreja, que funcionava naquela época conjugada a oficina mecânica do irmao Nilson. Era uma construçao de esquina em uma encruzilhada. Era um dia ensolarado quando vi no céu vindas de todos os lados, nuvens grossas e escuras de chuva e senti um vento forte que se aproximava. As nuvens eram tão escuras que vinham lentamente e por onde passavam simplesmente virava noite. Mas havia algo errado. Não eram nuvens naturais. Onde elas passavam uma negridao completa e sobrenatural se instalava. Nem luzes artificiais brilhavam. O mais completo breu. Aquelas nuvens vinham lentamente na direçao da esquina do templo provisório da igreja. E eu estava parado na esquina onde havia sol. Quando aquela nuvem descia a rua que passava na frente do prédio da comunidade, vi que vinha a frente da nuvem, em silêncio, um homem. A cada passo que ele dava a nuvem vinha e avançava e o espaço do passo dado se tornava noite. Recuei um pouco e pude ver o homem. Ele estava completamente de preto. Roupas coladas ao corpo, pele muito branca e olhos totalmente negros.





Ele nao possuía a parte branca dos olhos. Ele continuou avançando em direção ao templo e eu senti naquele momento que algo muito terrivel estava por acontecer. Sempre fui muito belicoso e quando vi que ele avançou e a escuridao alcançou a ponta de cima do prédio da oficina num impulso de desespero pedi ajuda a Jesus e avancei contra ele. Quando me choquei contra esse homem tudo explodiu com um som terrível de vidro sendo quebrado, como muitos espelhos quebrando e voltei a mim completamente encharcado de suor, na mesma posição em que eu estava antes quando comecei a orar. Ajoelhado. Não tive duvidas de que havia passado por uma experiencia sobrenatural. Usei dois dias depois o programa de rádio para pedir aos irmãos oração. Eu nao sabia o quê mas sentia dentro de mim que algo terrivel estava por acontecer na cidade. E me angustiava muito não saber exatamente o que era. Pedi ao Senhor discernimento sobre a visao, mas os céus pareciam de bronze. Até que veio. Exatamente uma semana depois dessa "visão" minha ex mulher estava a trabalho em Vacaria e eu posava sozinho em casa quando o César que era o dono da casa que a igreja alugava para minha moradia, veio da sua casa que era na frente do pátio para a minha que era nos fundos e ficamos conversando. Já havia passado da meia noite e devido a um forte chuva que havia começado antes, faltou a luz e estávamos no escuro. Acredito que lá pelas duas horas da madrugada, ainda conversávamos e ouvimos um ruído muito forte de um avião baixo e ouvimos o som de telhas quebrando meio longe e eu lembro de dizer ao César: Ih... vai ter destelhamento de casas. Ele foi para sua casa e fui dormir. Chuva muito forte. Acordei lá pelas 07 e meia da manhã com o telefone tocando.




Atendi e era uma das professoras da escola onde a Sandra era diretora perguntando se ela e o Nílson estavam bem. Não tinha luz. Respondi que achava que sim e perguntei porque a pergunta. A mulher disse que ouviu na rádio Esmeralda de Vacaria que tinha dado um vendaval e que algumas casas tinha sido destelhadas. Prometi ir verificar e mandar noticias dentro de uma hora. Tomei meu café, me agasalhei e saí na frente de casa para ir até lá. Eu morava na avenida principal de Bom Jesus. Quando saí na rua tive uma visão que nunca esquecerei: mais ou menos duas quadras pra baixo de onde eu morava, na regiao do salão de reuniões da igreja, a oficina do obreiro Nilson, estava tudo arrasado. Como se fosse uma zona de guerra. Vi várias casas destruídas e algumas semi destruídas e uma multidao de pessoas com caminhões e camionetes salvando o que havia restado dos móveis de cada um. Vi um fogão a lenha em cima de um eucalipto! Corri para lá para saber dos irmaos e felizmente estavam bem. A casa deles ficou só com as paredes em pé. O teto foi completamente arrancado. Farpas de madeira estavam cravados na parte da frente da casa. A destruiçao era muito grande na regiao onde vi a escuridao na visão. Na oficina/igreja havia derrubado uns poucos tijlolos na esquina. Levamos os pertences salvos dos irmãos para o templo e colocamos tudo lá. Foi uma semana quase sem luz e arrumando destroços. Mais de 50 feridos, duas mortes. A vózinha mãe do Marcelo que era um rapaz especial, e a Camila, moça lindissima, muito querida e educada que se nao me engano havia sido ou estava concorrendo a garota verão. Filha de um brigadiano que em uma semana se mudaria para Caxias do Sul. Muito triste essas perdas. A rádio aparados continuou operando por gerador. Fui na rádio e lá fiquei sabendo que havia sido um tornado com ventos em espiral a 120 km horários. Era o que dizia no boletim meteorológico que nunca foi divulgado pelos meios de comunicaçao. Muito triste.




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